Ministra Cármen Lúcia participa do lançamento do NEC da UNIFENAS
Everton Marques
Ministra Cármen Lúcia estava acompanhada da reitora Profa. Maria do Rosário, da Profa. Fernanda, do Prof. Matheus e da aluna Thaylla Marcella na sala de transmissão do Zoom
No Dia Internacional da Mulher a Ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), participou do lançamento do Núcleo de Estudos de Criminalidade (NEC), da UNIFENAS. Como uma das frentes de atuação do Núcleo será trabalhar a questão da violência contra a mulher, a ministra foi convidada para proferir a palestra “Mulher: suas lutas e vitórias na busca de igualdade de gênero”. A transmissão, ao vivo pelo Youtube da Universidade, reuniu mais de 500 participantes.
A ministra Cármen Lúcia apoiou-se no papel desempenhado por mulheres e fatos que marcaram a história do Brasil e do mundo para falar de questões pontuais como a igualdade, as conquistas femininas e a Lei Maria da Penha. Refletiu-se, também, os impactos da pandemia no emprego das mulheres e no aumento de agressões contra elas. A ministra acredita na sensibilidade para que homens e mulheres, que são iguais perante a lei, se realizem em seus espaços. “Eu digo sensibilidade porque eu tenho um pouco de receio quanto a palavra conscientização. Porque cada um tem a sua consciência e acho difícil chegar à consciência do outro. Mas acredito que é preciso que a gente possa despertar, especialmente em alunos no espaço universitário, a sensibilidade para o direito do outro, para o respeito ao outro. Para a tolerância no sentido de aceitar o outro do jeito que ele é, outro gênero. Somos todos membros da mesma família humana. E só no completamento das nossas diferenças é que nós temos a igualdade no direito”.
No 4º período do curso de Direito da UNIFENAS, para Thaylla Marcella Alvim, presidente do Núcleo de Estudos de Criminalidade, o posicionamento da ministra na questão da violência contra a mulher é algo inspirador. Ele da voz às mulheres por igualdade e expõe a violência doméstica e familiar contra a mulher, assunto que motivou a criação do Núcleo, a partir de um projeto de extensão. Sob a coordenação do professor Matheus Magnus Santos Iemini, resolveu-se estender o projeto para todos que se encontram em situação de vulnerabilidade, por exemplo, idosos, crianças e adolescentes. Inicialmente o trabalho de conscientização ocorre on-line, pelo Instragram @nec.unifenas.
“Dentre os nossos objetivos está, realmente, prestar apoio às vitimas e preparar os nossos integrantes para que estejam aptos a atender e ajudar as pessoas que precisam, sem que haja revitimização. Um processo que, infelizmente, acontece nas instituições por falta de preparação dos profissionais”, disse a aluna. O professor Matheus complementou: “Estamos todos bem envolvidos com o trabalho. Queremos fazer um trabalho sério, um trabalho de pesquisa científica de fato, deixando os achismos de lado. A equipe está muito comprometida com tudo isso”.
Momento marcante na história da Universidade
A professora Maria do Rosário Araújo Velano, reitora da Universidade, chamou de uma feliz coincidência a Live de lançamento do Núcleo de Estudos de Criminalidade ocorrer em 8 de Março, momento em que se celebra as conquistas sociais, políticas e econômicas por mulheres que deram suas próprias vidas. “O Núcleo recém-criado irá complementar e reforçar o trabalho já realizado nos nossos cursos de Direito. Onde essas vitimas recebem apoio e assistência jurídica nos Núcleos de Práticas Jurídicas e Judiciárias da Universidade. Ainda há muito porque lutar, pois o preconceito e a desvalorização impostos a mulher existem em larga escala”.
Na palestra, conduzida pela professora Fernanda da Silveira Joia, diretora de extensão e assuntos comunitários, a ministra compartilhou muitas de suas reflexões. Disse que, “apesar de todas as dificuldades é certo que andamos. Temos direitos, direitos reconhecidos. Temos mulheres deputadas, senadoras, temos professoras, temos reitoras, temos ministras. Mas temos um longo caminho para que as meninas de hoje não vejam nisso, exemplos excepcionais. Mas vejam nessas pessoas, em todos nós que chegamos à uma universidade, como professores, como reitores, como coordenadores, apenas mais uma possibilidade para a sua vida”.