1ª Turma do curso de Medicina completa 25 anos de formatura
Everton Marques
Ex-alunos e professores que participaram do encontro na Universidade
“O nosso desejo é que aproveitem intensamente este reencontro. Pois o melhor da vida é viver o momento presente, com saúde, saborear as grandes dádivas de Deus e como diz o poeta: ‘cantar, cantar, cantar e não ter a vergonha de ser feliz’”. Estas foram algumas das palavras da reitora da UNIFENAS, Professora Maria do Rosário Araújo Velano, ao saudar a primeira turma do curso de Medicina, que esteve na Universidade, no dia 15 de novembro. O reencontro, após 25 anos de formatura, celebrados com entusiasmo, contou com depoimentos daqueles que vivenciaram o desafio de criar um curso de Medicina em meio a muitos opositores e que hoje é considerado o melhor de instituições particulares de Minas Gerais.
A recepção aos egressos ocorreu no Salão de Eventos I, do câmpus de Alfenas. Houve a entrega de lembranças aos ex-alunos, homenagens aos professores e o descerramento de uma placa comemorativa ao jubileu de prata com o nome dos 62 formados de 1994. Fatos históricos foram relembrados de que a Turma teve o início de suas aulas em março de 1989 e que a definição de criação do curso ocorreu em 15 de dezembro, de 1988. Isto teria ocorrido dois dias após a UNIFENAS ser reconhecida como Universidade, no dia 13; o que lhe garantia autonomia universitária.
A professora do curso de Medicina Merilza Rodrigues se formou neste grupo de ex-alunos. Ela falou que se orgulha de ter recebido o diploma das mãos do Professor Edson Antônio Velano, fundador e então reitor da UNIFENAS. Em entrevista, recordou um de seus momentos mais marcantes na graduação. “O mais emocionante foi ter entrado no Centro Anatômico pela primeira vez. Porque é ali que se aprende. Na época, não havia essas mesas modernas que existem hoje, que você aproxima os órgãos, a gente via no cadáver. Então, era muito respeitoso. Era muito diferente”, disse a médica, filha do senhor Mério Rodrigues, fundador Associação dos Voluntários Vida Viva de Alfenas.
Como relembrado pela professora Merilza e seus colegas, uma das ansiedades da turma era se teriam o hospital para atuar e se a comunidade iria até eles antes da formatura. Em 1992 o Alzira Velano já estava em funcionamento. “Uma vez eu falei para o professor Edson que às vezes eu parava, eu era motoqueira, parava a moto na avenida dos viajantes e ficava olhando para baixo. O hospital era só uma terraplenagem. Eu falava: esse negócio não vai sair, como é que nós vamos nos formar? E de repente... [concluído] e é esse tamanho que é [hoje] e atende esse grande número de pessoas”, afirmou a professora, que teve o seu filho graduado na 26ª Turma de Medicina e uma filha também graduada em Direito, ambos pela UNIFENAS.
O egresso Celso Maia Fiorini foi o primeiro dos ex-alunos a discursar no reencontro. Enfatizou que, ao ver os colegas, a sensação é de que o tempo não passou. “Alguns não estão mais entre nós, outros fizeram riqueza material; alguns, riqueza espiritual. O fato é que, depois de tantos anos, nós estamos aqui juntos novamente, celebrando a conquista.” Ele convidou os presentes a reafirmarem o juramento que assumiram na formatura: “Exortar no sentido de reiterar os votos de honestidade, de hombridade, de respeito para com o compromisso de ser médico”.
Enfrentamentos e conquistas
Tanto os egressos, como os professores lembraram que a consolidação do curso, já no primeiro ano, enfrentou barreiras impostas pelo MEC, influentes veículos de comunicação, como a Revista Veja, e de pessoas da própria comunidade alfenense. Eles não acreditavam que fosse possível oferecer um curso de Medicina em Alfenas e que atendesse às necessidades para a formação de qualidade desses profissionais.
Dr. Adelino Moreia de Carvalho, professor e assessor de relações internacionais da UNIFENAS, à época coordenador do curso, recorda que foi necessário um relatório elaborado pelo Dr. Antonio Carlos Lopes, médico de renome e respeitado na área médica, assim como outros notáveis médicos ligados ao ensino de Medicina, dentre os quais se recorda dos médicos Virgínio Cândido Tosta de Souza, Félix Carlos Ocáriz Bazzano, Elias Kallas, Carlos Henrique Vianna de Andrade para sustentar que o curso prosseguisse. Diante da avaliação, o Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais manifestou-se favorável, pois não tinha objeções desde que de fato o curso oferecesse condições adequadas para o funcionamento. Concluída a primeira turma, veio o reconhecimento. “Graças à liderança, o apoio do Professor Edson Antônio Velano e da equipe que ele constituiu, e da qual fiz parte desde o primeiro dia, até desde o planejamento do curso, chegamos ao êxito pleno”, disse Dr. Adelino, com a voz firme.
A professora Annie Beatriz de Carvalho, atual coordenadora, destacou que o curso está em constante transformação. Se hoje ele é o melhor entre as instituições privadas de Minas Gerais, sua “meta é ser o melhor do Brasil”. Fato é que a UNIFENAS investe em infraestrutura, na qualificação do corpo docente e nas metodologias ativas de ensino e aprendizagem. “Nós já formamos mais de 2 mil alunos nesses anos de criação do curso. Nós temos, de norte ao sul do país, profissionais com suas carreiras consolidadas. Recebemos notícias de ex-alunos que estão no exterior e a gente sente orgulho de ver como eles se desempenharam bem e como hoje têm uma carreira de sucesso”, afirmou a coordenadora.
O médico André Francisco dos Reis, orador da primeira turma, se emocionou durante o reencontro e relembrou sua participação em diversos momentos decisivos na superação dos obstáculos impostos ao curso. Hoje diretor clínico da Santa Casa de Poços de Caldas e professor Universitário na UNIFAL, o egresso falou sobre qual é a sua visão do ensino oferecido pela UNIFENAS: “É impar, é excelente, realmente eu endosso as palavras da Professora Annie, endosso as palavras da Professora Maria do Rosário. Com base na filosofia do Professor Edson, que era sempre buscar o melhor, realmente, o melhor aqui é oferecido”.