As psicólogas Marilane Carvalho e Carolina Teixeira contribuíram para o debate
A Associação Atlética Acadêmica de Psicologia da UNIFENAS, câmpus de Alfenas, promoveu, na noite de 9 de setembro, o 2º Simpósio Vidas ao Vento, um encontro aberto ao público geral que debate temas sobre o suicídio. Nesta edição, as psicólogas Marilane Santos Carvalho e Carolina Giusti Teixeira proferiram a palestra “Suicídio: é preciso falar”.
Segundo as palestrantes, a finalidade da explanação é trabalhar um pouco a questão do tabu e do estigma que existe em torno do suicídio. Para elas, quanto mais se fala sobre, quanto mais se levam informações de qualidade e orientações, mais existe a possibilidade de prevenir este problema. “Estamos em setembro, “Setembro Amarelo”, mês dedicado à prevenção do suicídio; fazemos esta campanha em várias escolas e universidades, mas a gente diz que cuidar da saúde mental é tarefa para todos os dias”.
Marilane diz que o suicídio é multifatorial, isto é, não se pode ter uma visão simplista desta questão como causa única. “Á medida que explicamos como funciona a mente de um indivíduo que morre por suicídio, as pessoas têm a capacidade de pedir ajuda, de se tratar caso tenham algum transtorno (nem todo suicídio está ligado ao transtorno), e tenham a possibilidade de cuidar da saúde. Assim, nós trabalhamos a prevenção”.
Carolina relata que a prevenção começa com acesso à informação de qualidade para que as pessoas consigam acolher o ser humano que está sofrendo, pois quem quer se suicidar está em sofrimento muito agudo. “Costumamos dizer que esta situação é de responsabilidade social, ou seja, todos podem fazer alguma coisa por este indivíduo que sofre, seja acompanhando-o em um serviço profissional, seja oferecendo-lhe uma escuta de respeito, sem julgamento e com acolhimento”.
Saúde Pública
A presidente da Atlética, acadêmica Julia Pereira, ressalta que o suicídio é um problema de saúde pública que abarca desde crianças a idosos, sendo muito recorrente no meio acadêmico de Alfenas. Ela enfatiza que o grande objetivo do evento é promover a conscientização sobre o suicídio e compreender o papel e importância do psicólogo frente a este fenômeno. “É preciso falar sobre este assunto complexo que afeta indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero, mas que, em grande parte, pode ser prevenido. Quando a pessoa escuta que esse tema pode ser falado, ela pode se abrir com quem tem uma escuta atenta de ajuda, e não de julgamento. E com o tratamento adequado, a pessoa pode ter um novo olhar sobre a vida e a vontade de prosseguir”.