Menoridade Penal é tema do 2º Hackathon da UNIFENAS
Everton Marques
Evento contou com a participação de alunos do curso de Ciência da Computação e do curso de Direito
A 2ª edição do Hackathon da UNIFENAS apresentou como questão a ser resolvida a “Menoridade Legal: uma iniciativa tecnológica e socioeducativa de liberdade assistida”. A maratona de programação teve como objetivo aperfeiçoar a formação dos acadêmicos e ao mesmo tempo contribuir para amenizar problemas atuais da cidade de Alfenas. Esta edição ocorreu no dia 29 de junho, na Sala de Metodologia Ativa e Criativa da Universidade.
Cinco times aceitaram o desafio e cada grupo foi composto por alunos de diferentes períodos do curso de Ciência da Computação, auxiliados por estudantes e egressos do curso de Direito. Uma atividade que eles mesmos consideraram estimulante e gratificante. “Muito gratificante porque a gente traz mais conhecimentos para a nossa carreira”, disse Luan Vieira de Souza, aluno do curso de Ciência da Computação. Já Volmir Maida de Siqueira, acadêmico de Direito, destacou: “O nosso desafio é realmente pegar a parte jurídica, doutrinária que nós temos no Direito e pegar essa ‘ferramenta’, informática, para ajudar no nosso trabalho do dia a dia”.
Cada equipe teve 12 horas para desenvolver uma solução tecnológica que, de maneira criativa e prática, resolvesse o problema da falta de comunicação rápida e eficiente entre profissionais e autoridades quanto às questões relacionadas ao menor infrator em cumprimento da liberdade assistida. Jefferson Soares de Avelar, professor do curso de Direito, afirmou que uma das ideias do evento “é justamente levantar uma oportunidade tecnológica em que os juízes, promotores, a Polícia Militar, até mesmo o conselho tutelar, possam ter uma solução para verificar esse menor infrator, a condução do seu dia a dia, através dessa solução tecnológica”.
“É uma demanda da Polícia Militar de Minas Gerais, das escolas públicas, que realmente querem que a gente desenvolva algum instrumento que possa ajudar todos os órgãos que atuam na busca de soluções para crianças e adolescentes,” destacou o professor Rogério Ramos do Prado, diretor de extensão e assuntos comunitários da UNIFENAS.
Incentivadores do Hackathon
Egressos do curso de Ciência da Computação da UNIFENAS participaram do Hackathon como mentores convidados. Entre eles Rhuan Gonzaga, formado em 2017, e outros dois egressos, hoje colaboradores da Iterative, empresa de desenvolvimento de software: Felipe Pocchini (2009) e Fernando Azevedo Camilo (2015). “Esse Hackathon também é interessante para a gente ficar de olhos nos profissionais que estão aqui na região, que têm interesse de ficar aqui e poder [quem sabe] agregar ao nosso time também”, disse Pocchini.
A Polícia Militar e a promotoria de justiça apoiaram o evento, assim como o Consepa (Conselho de Segurança Pública de Alfenas), que nesta 2ª edição do Hackathon foi o responsável por premiar com R$ 1 mil reais os primeiros colocados, R$ 500 reais a segunda equipe e R$ 300 reais a terceira. Como afirmou Flávia Aparecida Oliveira Santos, coordenadora do curso de Ciência da Computação, o evento contribui para amenizar problemas enfrentados pela sociedade e permite o desenvolvimento profissional dos estudantes. “O que se espera de um profissional hoje no mercado de trabalho é que ele possa trabalhar em equipe, que possa propor, promover, desenvolver resultados e soluções. Isso trabalhando em equipe. Então, o Hackathon promove essa atividade, promove essa interação, que é muito bom. Deixa o nosso acadêmico preparado para esse tipo de situação”, reafirmou a coordenadora.
Em tempo
Uma palestra com a promotora de justiça Eliane Fernandes do Lago Corrêa, no início de junho, ajudou os universitários a terem uma visão mais ampla sobre o assunto da menoridade legal, que foi tese de mestrado da promotora. Na ocasião ela disse: “A nível profissional e a nível acadêmico, eu acho que vai ser fantástico a gente conseguir sair daqui com um software, um aplicativo, que possa impactar a sociedade de Alfenas nessa área. Porque todo mundo reclama. Nós vemos aí na mídia o crescimento da marginalidade, da criminalidade. A sensação de impunidade quando se fala em crime cometido por adolescente, esse anseio da sociedade pela redução da maioridade penal. Então, acho que vai ser sim muito relevante a gente criar um mecanismo que possa não só combater, como tentar minimizar essa questão tão tormentosa para a sociedade. Principalmente para Alfenas”.