O curso de Psicologia da UNIFENAS fez o lançamento oficial da sua Liga Acadêmica de Atenção Psicossocial (Laap), que recebeu o nome de “Arthur Bispo do Rosário”. O encontro foi na Sala de Eventos I, com a presença de alunos da Psicologia, da Enfermagem, da Medicina, professores, e representantes das gestões da saúde mental de Alfenas, que assistiram a um documentário do personagem Arthur Bispo do Rosário.
De acordo com a presidente da Liga, acadêmica Gabriela de Oliveira Borges, Arthur era um psicótico, que estava andando um dia pelas ruas do Rio de Janeiro, dizendo ser filho de Deus e, por isso, foi internado em um hospital psiquiátrico, onde permaneceu por 50 anos até falecer. “Elegemos este nome por todo o contexto que acontece agora no Brasil, isto é, ele era negro, pobre e louco, ou seja, todos os preconceitos e discriminação que temos hoje em nosso país. Discriminação à loucura, a quem é diferente, a quem é de classe social inferior. E o interessante disso tudo é que ele, em meio a tanto sofrimento e dor por que passou no hospital, fazia arte; ele desfiava lençóis e produzia mantos, bordados e costuras. Havia um quarto onde ficavam suas obras, que hoje são todas expostas dentro e fora do Brasil. Então, ele representa as pessoas para quem nós lutamos hoje. Queremos dar autonomia e vez para estas pessoas como parte da sociedade, com seus direitos e dignidade”.
Após a exibição do documentário, a coordenadora da Liga, professora Valdene Rodrigues Amâncio, fez um discurso explicando com mais detalhes sobre a vida de Arthur Bispo do Rosário: “Vejo como uma boa escolha da Liga Acadêmica de Atenção Psicossocial, que nasce do nosso curso de Psicologia da UNIFENAS, o nome de Arthur Bispo do Rosário, ícone dos vários pacientes que viveram nos muitos manicômios do Brasil. Nordestino residente no Rio de Janeiro, pobre, negro e louco, também representa bem os muitos pacientes atuais que recebemos no campo da Atenção Psicossocial e a razão pela qual nós, trabalhadores de Saúde Mental, docentes, acadêmicos e pesquisadores continuamos a sustentar e lutar por uma política pública que seja inclusiva, não manicomial. Mesmo em um ambiente tão sem recursos, tão inóspito, tão antidemocrático, Bispo conseguiu se destacar, fazer seu caminho singular, fazer seu lugar, e, a partir de sua relação com os objetos, dar um outro uso ao que encontrava pelo caminho”.
Finalidades da LigaA presidente Grabriela relata que são finalidades da LAAP participar de programas e eventos promovidos pela diretoria de Extensão e Assuntos Comunitários, em especial do programa UNIFENAS na Comunidade e de feiras de saúde e qualidade de vida; estabelecer, fomentar, planejar e executar ações que contribuam para o avanço da Reforma Psiquiátrica Brasileira e que tenha os princípios da luta antimanicomial; promover a reinserção psicossocial e dos portadores de sofrimento mental, como os psicóticos, neuróticos graves e aos que fazem uso prejudicial de drogas.