Filme de Alfenas propõe reflexão sobre a violência doméstica
Rosângela Fressato
Participaram, voluntariamente do filme, 27 artistas de Alfenas
A sala Professor Edson Antônio Velano da UNIFENAS, no câmpus de Alfenas, ficou lotada de estudantes e convidados que foram prestigiar a pré-estreia do filme “À Flor da Pele – A justiça tem rosto e nome”.
A obra, filmada na cidade de Alfenas, relata três casos de violência contra as mulheres, agredidas pelos maridos na cidade fictícia de Três Canoas, e a luta da juíza Cecília Bittencourt (protagonizada pela atriz Lourdinha Bastos Singi) para fazer justiça a esses casos e também para fundar uma delegacia de mulheres na cidade.
A roteirista Yara Becker comenta que ela e Rodrigo Mikelino (também roteirista) tinham a ideia de fazer um trabalho social, e a escolha desse tema se deu porque está há muito na mídia, sendo apresentado em novelas e programas sensacionalistas. “Então eu acho que está na hora levar esse assunto para a discussão na sociedade, nas escolas, nas universidades; é preciso sensibilizar, é preciso fazer conhecer a lei, é preciso fazer com que as pessoas aceitem que não é espancando, agredindo, apanhando que se resolvem os problemas de família; por isso essa função social”.
O longa-metragem propõe uma conscientização por parte dos homens para que eles saibam que bater não pode, e das mulheres também, para terem coragem de fazer a denúncia. “É preciso não ter medo. A Lei Maria da Penha no papel é muito boa, porém, quando há uma denúncia, a mulher fica um pouco desamparada, pois quem garante que o agressor não vai se aproximar mesmo com a medida protetiva?”, observa Yara. Em sua opinião, Alfenas já tem condições de ter uma delegacia própria para a mulher, pois a mulher agredida está com o seu emocional abalado, “então precisamos de amparo psicológico, de assistente social para acolher essa mulher, de atenção para as crianças que presenciam estas violências”.
A roteirista ressalta que a UNIFENAS foi o local da pré-estreia por ter sido a primeira empresa que abraçou a ideia, é uma das grandes parceiras. “Então achamos muito justo fazer a pré-estreia aqui em agradecimento a todo esse apoio e para coroar essa parceria. Se não fosse a UNIFENAS, talvez o filme não tivesse saído”.
Professor Rogério Ramos Prado, diretor de Extensão e Assuntos Comunitários, da UNIFENAS, enfatiza que a Universidade apoia integralmente este filme, que é projeto social e “tem o prazer de apoiar e receber esta pré-estreia, os artistas desta produção cinematográfica. Eu tenho certeza de que esta obra irá conscientizar boa parte da população sobre a violência contra a mulher”.
O filme teve como diretores Alexandre Castro e Rodrigo Mikelino, produção de Ana Luisa, Yara Becker e Pedro Lito, e contou com um elenco de 27 atores de Alfenas, pertencentes a cinco gerações de teatro.
A roteirista Yara conta que ficou bastante motivada com o trabalho e há mais dois roteiros que já estão prontos com outros temas polêmicos; “faremos uma triologia envolvendo a juíza Cecília Bittencourt em temas como pedofilia, racismo, inclusão, transplante de órgãos. Roteiros prontos”.
A estreia no Cine A ocorreu dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. Foi exibido também no Teatro Municipal.