Notícias UNIFENAS

Notícias

21 de novembro de 2017

Oficializado o matrimônio coletivo de 25 casais


Everton Marques
Ampliar foto
Os 25 casais que participaram da cerimônia realizada na UNIFENAS

Pessoas que viviam em união estável conquistaram sua sonhada certidão de casamento civil, de forma gratuita, a partir de iniciativa conjunta do Juizado da Vara de Família, Ministério Público, Defensoria Pública, Cejus (Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania) e o 5º período do curso de Direito noturno da UNIFENAS. Ao todo, 25 casais foram beneficiados com o projeto de “Audiência Coletiva de Conversão de União Estável em Casamento”. A solenidade ocorreu na Universidade, no câmpus de Alfenas, no dia 11 de novembro de 2017.

Reações diversas puderam ser observadas na recepção preparada no hall de entrada da Biblioteca Central da UNIFENAS. Há 5 anos com a mãe de seus três filhos, a proximidade de oficializar o seu casamento fez a expressão do noivo Jhonatas Aparecido Gonçalves revelar sua ansiedade. “Ansioso demais da conta! A noiva não chega.”

Depois de alguns minutos de espera, Jhonatas era só sorrisos. Ele, sua companheira, e outros 24 casais participaram da cerimônia coletiva de conversão de união estável em casamento. O sonho comum, o de se casar de papel passado, como se diz no popular, uniu muitas histórias de vida. Renato Faloni de Andrade, defensor público, relatou que “são pessoas das mais diversas origens, algumas que estão juntas há pouco tempo, outras que estão juntas há quase 30 anos. Existem situações em que estão se casando os pais e mais uma filha. E à medida que você vai se envolvendo com essas pessoas você vai vendo o quanto é gratificante. Porque nós, operadores do direito, sempre lidamos, nas áreas de família, com as perdas humanas. E aqui nós estamos lidando com os ganhos humanos”.



Evento realizado com voluntários



A parceria de várias instituições para a realização do casamento coletivo surgiu na UNIFENAS por meio das atividades integradoras do curso de Direito.

Ao ser questionado sobre a aprendizagem obtida com a organização da solenidade, o acadêmico Bruno Gomes Vieira, que representou os estudantes, disse: “A maior aprendizagem é que ainda hoje nós podemos ver que o instituto da família continua vivo. As pessoas querem casar, as pessoas querem converter a sua união estável em casamento. Para nós, do Direito, que era isso que importava, essa sentença é gratificante, porque a gente vê as noivas felizes e ficou um evento lindo”.

Para que a cerimônia fosse completa, a iniciativa contou com apoio de cabeleireiros, de músicos, de empresa de cerimonial e de alunas do curso de Estética e Cosmética da UNIFENAS, todos voluntários. Os discursos ressaltaram o valor de uma união verdadeira. O Professor Paulo Gustavo Alves Vilela, do curso de Direito, ao representar a Universidade, desejou que todos tenham uma longa vida juntos, “respeitem um ao outro. Convivam com amor, com dignidade. Porque Deus está presente em cada um de nós”.

Eliane Fernandes do Lago Corrêa, promotora de justiça, foi convidada a deixar uma fala final para os casais. Ela destacou que naquele momento quem faria uso da palavra não era uma promotora, mas uma esposa. Discorreu sobre a importância da fé na construção de um lar e deixou uma mensagem: “Seja sábio, construa o seu lar sobre a rocha [Jesus] e perdoe, porque daí ele vai durar muito tempo, quem sabe a vida inteira”.



Desdobramentos e concretização de sonhos



Como bem lembrou a juíza Adriani Freire Diniz Garcia, da Vara de Família, “a família do século 21 tem várias formas e contornos, mas aquela formalizada pelo casamento civil ainda é a que mais segurança jurídica e social proporciona aos parceiros”. Dr. Marcelo Fernandes dos Santos, promotor de justiça, acrescenta que em determinada situação as pessoas precisam comprovar o vínculo matrimonial e, com a certidão de casamento, as coisas ficam mais fáceis. “A pessoa pode habilitar o cônjuge ou a cônjuge como dependente no INSS, na empresa. Então, essa documentação, a certidão de casamento traz segurança jurídica para essas pessoas junto a esses órgãos, apresentando à sociedade a situação do estado civil delas pelo matrimônio, pelo casamento.”

Segurança foi o que buscou o casal Sara Cristina de Faria e Dayana Luzia Ribeiro. Há sete anos juntas, elas concretizaram o casamento que já era esperado há algum tempo. “Maior peso para mim é o da segurança. É saber que se algo me acontecer ela vai ter como recorrer a alguma coisa. Ela vai ter os direitos dela garantido. Porque, a gente já começou a construir uma história. Hoje ainda brinquei com ela, falei assim: ‘essa aliança é para entrar e ficar no meu dedo 60 anos. Não pode sair não’”, disse Dayana visivelmente emocionada. Sara, sua companheira, acrescentou: “Para a gente é a realização de um sonho mesmo e é uma história que vai continuar. Já começou e a gente vai continuar ela cada dia mais feliz e melhor, se Deus quiser”.

A assinatura da certidão de casamento foi um dos momentos que mais mexeram com as noivas, principalmente com Paloma e Rosilene, mãe e filha casaram-se na mesma cerimônia. “Ah! Mexe com toda mulher, não tem como”, afirmou Paloma. Em seguida sua mãe expôs que aquele era um momento único na vida de uma mulher. “Quando é a mãe e a filha, então, é a felicidade minha, é a felicidade dela, mistura tudo e aí é alegria.”

O projeto “Audiência Coletiva de Conversão de União Estável em Casamento” deve ocorrer novamente em 2018 e mais casais, como os desta reportagem, poderão deixar seus depoimentos de contentamento, assim como os organizadores. “O próximo a gente quer aumentar o número de casais e, se Deus quiser, pretendemos fazer em maio, mês das noivas. E o que mais nos deixou emocionados foi a receptividade da comunidade alfenense. Tudo muito simples, mas foi tudo feito com muito capricho”, destacou a juíza Adriani.

Já com a sua esposa Tamires de Albuquerque, o ansioso Jhonatas Aparecido, do início desta matéria, concluiu sorrindo: “Agora sim, graças a Deus já estamos casados, agora estamos felizes da vida”.



Nomes dos casais:

1- Cíntia Fravante Pereira e Rafael José da Silva Santos;

2- Daniela Moreira Lima e Everton Santos Singi;

3- Darlene Bernardes Silva e José Vicente Cassimiro Júnior;

4- Flávia Maria de Assis e Luiz Alexandre de Oliveira;

5- Iris Eduarda Honório e Claudinei de Oliveira Carmo;

6- Jéssica Aparecida dos Santos Bastos e Marcos Gabriel Laura;

7- Josiane Aparecida Corrêa e Juliano Mendes;

8- Joyce Messias de Souza e Everaldo Bazílio Silva;

9- Kênia Luiza e Jobson Donizetti Cecílio;

10- Lara Elaine Rodrigues da Silva e João Paulo Gomes;

11- Paloma Ribeiro Rosa Pereira e Ander Teiker Cezário;

12- Rebeca de Jesus Barbosa Pereira e Renato Silva Martins;

13- Regiane Sandra Souza e Leandro de Oliveira;

14- Rose Mary Pacheco dos Santos e Valdeciro Caldeira;

15- Rosilene Ribeiro Rosa e Nilo Flávio Pereira;

16- Rosimere Aparecida de Miranda e Marcos Augusto de Souza;

17- Sandra Mara Martins e Saulo Donizeti Luciano;

18- Sara Cristina de Faria e Davana Luzia Ribeiro;

19- Sirlei de Cássia da Costa e Norival Alves de Lima;

20- Sirleide Firmino e Juscélio Silva da Costa;

21- Sirlene Luiz e Mário Aparecido da Silva;

22- Suelen Luana da Silva Carvalho e Aldo Ranieri Rabelo;

23- Tamires Oliveira de Albuquerque e Jhonatas Aparecido;

24- Valdirene Rosa e Wendel Francisco Nunes;

25- Vicentina Lima e Roberto Carlos de Andrade;