Congresso de Psicologia trata de políticas públicas
Rosângela Fressato
O Congresso ocorreu de 23 a 25 de agosto e contou com renomados palestrantes
O 14º Congresso de Psicologia da UNIFENAS, câmpus de Alfenas, trouxe como tema a “Psicologia e Políticas Públicas – da formação à ação”, um assunto bastante importante nos dias atuais, segundo a coordenadora do curso, professora Rosane Carvalho da Silveira Abbade.
Em sua opinião, é preciso desenvolver nos alunos uma capacidade mais crítica para que eles possam refletir sobre as políticas públicas em nosso país. “Estamos em um momento em que está tudo se desmantelando: a saúde, a assistência social. Então, é um tema que escolhemos a dedo para discutirmos todas essas questões e possibilitar que os alunos fiquem mais críticos e reflexivos. E precisamos de todo mundo para batalhar, para lutar, para que tenhamos boas políticas públicas”.
O encontro ocorreu de 23 a 25 de agosto e trouxe, no primeiro dia, uma mesa-redonda com a presença de Fuad Kyrillos Neto (Reforma psiquiátrica brasileira: Ideologia e Inflexões Clínicas na Perspectiva da Psicanálise); Graça Seda (O lugar do psicanalista na cidade e o vácuo das políticas públicas); Luciano Elia (Psicanálise e Políticas Públicas); e Valdene Amâncio (Psicanálise e Coletivo). A abertura do Congresso contou com uma apresentação musical feita pela professora de Pedagogia, Mônica Fernandes; egresso de Psicologia, Diego; e acadêmico de Psicologia, Kahuan.
No segundo dia do encontro, que também contou com apresentação musical de Diego e os acadêmicos Kahuan, Bianca e Roberta, os convidados prestigiaram as palestras “Políticas Públicas e Saúde Mental” (Érick José Carvalho), “A Psicologia no Sistema Único de Assistência Social: uma atuação em construção” (José Marcos Costa); “O Psicólogo inserido no Sistema Único de Assistência Social: um relato de experiência – Samuel Bueno Alves – Obrigado, saúde mental!” (Rafaela Melo); e “Hipnose e coaching – poder do subconsciente” (Tiago Rodrigo de Moraes).
Para a palestrante Rafaela Melo, já houve várias mudanças nas políticas públicas da psicologia, mas ainda há muita coisa para avançar, para melhorar. Ela comenta que a canalização de recursos tem sido restrita em relação à educação, à saúde, principalmente em relação à assistência, área em que ela atua no dia a dia. “Estou no SUS desde 2012 e percebo essa linha que está um pouco decrescente, mas estamos na luta, defendendo nossos espaços, defendendo os direitos do cidadão de ter acesso a um serviço de qualidade. Os desdobramentos e os desafios são ainda maiores com a escassez e até mesmo a redução dos recursos públicos destinados a essas políticas”.
E o terceiro dia do encontro foi encerrado com a apresentação musical feita pela coordenadora do curso de Pedagogia, professora Maria Cristina Silva, seguida das palestras “Teorias Cognitivas do Autismo” (Melanie Medoza) e “Análise do comportamento aplicada ao Transtorno do espectro autista” (Tatiana Soares).
Poder limitado
Na opinião do presidente do Conselho Municipal de Saúde, Professor Rogério Ramos do Prado, é preciso aumentar o quadro efetivo de psicólogos e assistentes sociais em Alfenas. Ele observa que o Poder Executivo tem a sensibilidade, tem a consciência dessa importância, porém, às vezes, fica limitado pela questão orçamentária. “É uma luta muito importante e que nós precisamos tornar pública cada vez mais, para que estes profissionais sejam efetivados. Já foram realizados concursos, mas eles não foram convocados. Então é importante que essa questão seja aflorada, seja realizada”.
Os acadêmicos aprovaram os temas das palestras e ressaltaram a importância do Congresso: “Os professores do curso já nos dão uma bagagem muito boa, e os palestrantes do congresso acrescentaram mais ainda ao que conhecemos. As palestras foram excepcionais”, ressaltou o aluno Diogo Augusto Batista.