Evento ocorreu na Sala de Eventos Professor Edson Antônio Velano, na Biblioteca Central da UNIFENAS, câmpus de Alfenas
Por iniciativa dos alunos do 7º período do curso de Administração da UNIFENAS, ocorreu na Universidade o debate “Ética na Administração Pública”. Sem conotação político-partidária, os acadêmicos elaboraram, previamente, 20 perguntas que foram direcionadas a um professor universitário, a um advogado, a um representante da classe política e a um administrador público.
O debate ocorreu com a participação de estudantes de Administração, Direito e Ciências Contábeis. No seu decorrer, o público obteve informações que lhe permite ter uma opinião mais embasada, capaz de separar a atuação ética, do “discurso”. Ao abrir o evento, os acadêmicos responsáveis pela organização, em um texto lido pelo mestre de cerimônia, disseram que o acesso à informação deixa a sociedade perplexa com os desvios de políticos eleitos como seus representantes.
Mais à frente, lançaram três palavras para reflexão: ética, imoral e ilegal. Ponderaram que a falta de ética pode ser imoral, mas não ilegal. Dentro do contexto de que “nem tudo que é imoral é ilegal”, exemplificaram que a entrega de cargos de confiança para alianças políticas flerta com a imoralidade, embora não seja ilegal. Já o nepotismo, nomeação de familiares para cargos de confiança, congrega a falta de ética, a imoralidade e a ilegalidade em uma única prática. Foi diante destas questões que se propôs o debate.
Os convidados para compor a mesa foram: Fausto Costa, secretário de desenvolvimento econômico de Alfenas e secretário executivo da Alago; Fernando José Pereira, secretário executivo de desenvolvimento rural da Prefeitura de Alfenas; Guilherme Ribeiro Rocha, advogado; e Denilson Victor Machado Teixeira, professor no curso de Direito da UNIFENAS em Alfenas e Campo Belo.
A ética e as futuras geraçõesA ideia de convidar diferentes profissionais para que se discutisse o tema surgiu dentro da sala de aula, na disciplina “Ética na Organizações”. O professor André Luiz Silva, responsável pela disciplina, destacou que, juntamente com a coordenação do curso de Administração, apenas fomentou o trabalho, todo executado e planejado pelos acadêmicos do 7º período.
Para o professor, dentro de uma visão prática, o debate elencou “quais são os desafios que temos que enfrentar para legar ao futuro uma geração mais ética, mais justa e com mais paz social”.
Segundo afirmou, o hiato da administração pública em relação aos impostos pagos e os serviços prestados, por si só, gera um bom debate. Um dos desafios hoje é “equalizar a conta, fazer com que haja retorno do serviço público em forma de atendimento, de segurança pública, educação. Temas recorrentes na mídia”.
Ao comentar sobre o senso comum de que não há ética na administração pública, André disse que poderíamos nos espelhar em modelos como o da Suécia: “a gente vê situações bem diferentes em que políticos vão trabalhar de bicicleta, seus salários são compatíveis com a de cidadãos que trabalham em outras profissões. Talvez este seja o caminho.” E acrescentou: “para nós [brasileiros] o mais importante é o papel, é o poder, é a pompa. Mais do que o fazer. Então, desmistificar isso, entender que fazemos parte de uma sociedade única e esse amor pela terra, pelos nossos irmãos, é que pode ser a grande saída para a ética”.