O curso de Medicina da UNIFENAS, câmpus de Belo Horizonte, por meio do professor e psiquiatra Alexandre de Araújo Pereira (foto), teve seu projeto “Formação inovadora em saúde mental no currículo médico: uma parceria ensino-serviço entre a UNIFENAS/BH e a Rede de Saúde Mental de Belo Horizonte" publicado no caderno especial da ABEM (Associação Brasileira de Educação Médica).
O professor relata que o objetivo do projeto é formar um clínico geral tecnicamente competente e aberto ao atendimento de pessoas portadoras de transtornos mentais. Segundo ele, a maioria dos profissionais ligados à área de saúde mental encontra-se nos grandes centros urbanos, os programas de capacitação formal são insuficientes e concentrados geograficamente, e não há mecanismos de supervisão continuada ou de fixação dos psiquiatras no interior. “Em razão disso, os usuários ainda são encaminhados para internações em centros maiores, onde se concentram os hospitais psi-quiátricos. Daí a necessidade de melhorarmos a capacidade resolutiva do médico generalista, garantindo a melhor resolução dos casos mais comuns e identificação precoce dos casos mais severos”.
O psiquiatra conta que, a partir do segundo semestre de 2010, houve a implantação de estratégias pedagógicas no curso de Medicina da UNIFENAS em parceria com a Rede de Atenção à Saúde Mental da Prefeitura de Belo Horizonte. Trata-se de uma ampla Rede Assistencial Comunitária de grande complexidade, que articula ações assistências e de reabilitação psicossocial da atenção básica à urgência psiquiátrica, possibilitando que os alunos desenvolvessem competências diversificadas no âmbito da formação em saúde. “A redução do estigma entre estudantes de medicina exige uma organização curricular longitudinal, com a inclusão de estratégias educacionais que promovam o convívio direto dos alunos com os portadores de transtorno mental e em serviços de atenção à saúde que defendam um modelo de inclusão social e assistencial à saúde.”
Para o professor, o início do curso médico parece ser um momento oportuno para oferta desse tipo de atividade. Além disso, a redução do estigma relacionada às doenças mentais no curso de medicina pode gerar maior interesse dos alunos pela psiquiatria, área tradicionalmente pouco procurada de especialização médica. “A experiência mostrou ser possível a construção de uma proposta curricular de forma coletiva e sustentável, com ênfase no enfoque ensino-serviço, ampliando as oportunidades de aprendizagem de alunos, profissionais de saúde e professores não especialistas no campo da saúde mental”.
O projeto completo se encontra no site: http://www.abem-educmed.org.br/arquivos/publicacoes/Cadernos_ABEM__vol12.pdf, página 38 a 41.