UNIFENAS - Gestão de Pesquisa e Pós-graduação
Comitê de Acompanhamento de Bolsistas


Seminário de Iniciação Científica da UNIFENAS
  
MEDICINA
  
A IMPORTÂNCIA DAS INTERAÇÕES DO AMBIENTE EM MICROORGANISMOS SIMBIONTES

Pichara, Nemer Luís1; Silva, José Maurício S. F.2; Fiorini, João Evangelista3

O quefir se apresenta microbiologicamente como uma associação específica de bactérias do ácido lático com leveduras coexistindo em grãos gelatinosos propagáveis. Como parte da cultura popular, o quefir é cultivado em ambiente doméstico porém não apresentando contaminações significativas, o que sugere a manutenção morfo-funcional da simbiose através de mecanismos de defesa tais como fatores inibitórios microbianos. Neste sentido, o presente trabalho teve por objetivo verificar o padrão de crescimento de quefir submetido a condições de desinfecção e assepsia, onde os desafios exógenos ao crescimento do simbionte são menos proeminentes. Amostras de 0,5 g de grãos iniciadores de quefir foram continuamente cultivadas em solução de açúcar mascavo a 50 g/L durante 54 dias, com troca do meio nutriente a cada 24-48 h. Os grupos simbiontes foram sub-divididos em grupo 1 (controle, quefir e mascavo in natura ), grupo 2 (quefir in natura e mascavo autoclavado por 30 min a 1100C), grupo 3 (quefir desinfectado e mascavo autoclavado), e grupo 4 (quefir desinfectado e mascavo in natura). A desinfecção dos grãos de quefir foi conduzida por ozonização contínua durante 5 min através de gerador de O3 (EAS-OZONE-190-DC). Posteriormente, os grãos foram submetidos à irradiação em ultravioleta (lâmpada 15 W D2) por 5 min no primeiros 10 dias. O período de ozonização e de tratamento com o UV revelou-se inócuo ao simbionte em experimentos anteriores. Toda a manipulação das amostras foi realizada em ambiente estéril e com protocolos microbiológicos padronizados. Os dados foram analisados através de curvas de biomassa produzida. Ao final dos experimentos, amostras de grãos foram monitoradas metabolicamente por microcalorimetria. Nestes experimentos, 0,5 g de grãos de cada grupo testado foi separadamente introduzido em um microcalorímetro de condução termal e monitorado contra uma solução de açúcar mascavo a 100 g/L durante 2 h em temperatura ambiente. Os dados foram analisados através de curvas de potência versus tempo. As curvas de biomassa resultantes apresentaram um padrão linear entre o 5º e 20º dia para todos os grupos, com inclinações de 0,22±0,01 g/dia (R=0,980, grupo 1), 0,16±0,01 g/dia (R=0,968, grupo 2), 0,16±0,01 (R=0,980, grupo 3), e 0,14±0,01 (R=0,953, grupo 4). A análise dos dados microcalorimétricos não evidenciou termogênese significativa para os grupos 2, 3 e 4, mas apresentou uma liberação de 108 mcal para o grupo 1 (controle). Estes dados em conjunto demonstram uma inibição significativa no potencial de propagação dos grãos e no seu metabolismo intrínseco sob condições de desinfecção e assepsia oferecidas durante o cultivo do simbionte. Isso sugere, dentre outros fatores, a importância de interações do quefir com o ambiente para o seu desenvolvimento.

Palavras-chaves: 1) Quefir 2) Simbionte 3) Assepsia

1 Acadêmico do curso de Medicina - 4° Período - UNIFENAS, Alfenas, MG
2 Orientador - Faculdade de Medicina, Enfermagem, Agronomia e Zootecnia - UNIFENAS, Alfenas, MG
3 Orientador - Instituto de Farmácia e Nutrição - UNIFENAS, Alfenas, MG

Fonte Financiadora: Unifenas / FAPEMIG
   
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