UNIFENAS - Gestão de Pesquisa e Pós-graduação
Comitê de Acompanhamento de Bolsistas

Seminário de Iniciação Científica da UNIFENAS

Lima, Leonardo Mandalho¹, Esteves, Iracema¹, Souza, Indira Ramos S.¹, Lucia, Maria², Carvalho, José Carlos Tavares¹

A espécie vegetal Casearia sylvestris, (Flacourticaceae), é uma planta típica dos pastos abertos do Brasil, sendo a esta atribuída diversas ações, tal como antiulcera gástrica e anti-hemorrágica para hemorragia induzida por metaloproteínases presente no veneno de Bothrops. Este gênero de serpente é o responsável pela maioria dos envenenamentos em acidentes ofídicos na América do Sul e Central. No veneno de Bothrops encontram-se metaloproteinases e miotoxinas amplamente distribuídas nas várias espécies. Do veneno de Bothrops alternatus (urutu), já foi isolada uma proteína de 27kDa da família de lecitinas tipo C denominada Bothroalternin, que possui atividade inibidora da trombina (Castro et al., 1998. Toxicon. 36:1903-1912.). Possui também uma proteína com função semelhante à trombina, a Balterobin, (Smolka et al., 1998. Toxicon. 36:1059-1063.). Este trabalho teve como objetivo avaliar a ação do óleo essencial de Casearia sylvestris, (OECS), e associado ao verapamil, ciproeptadina e metisergida, sobre o edema de pata de rato induzido pelo veneno de B. alternatus. Foram utilizados 8 grupos (n = 5) de ratos wistar machos, pesando entre 200-250g. O método utilizado para a medida do edema foi o descrito por Carvalho et al., (1999). As medidas foram estabelecidas antes da aplicação do veneno, 30', 1h e 2h após a aplicação de 50mg/pata em 0,1mL de solução fisiológica, de veneno de urutu. Os diferentes grupos foram tratados por via intraperitoneal com verapamil (10mg/kg), ciproeptadina (10mg/kg), metisergida (100mg/kg), OECS (200mg/kg), óleo + verapamil (OV), óleo + ciproeptadina (OC) e óleo + metisergida (OM), 30 minutos antes da aplicação do veneno. Os dados foram analisados estatisticamente por ANOVA e teste de Dunnett, sendo considerados significativos os resultados com p < 0,05 (*), p < 0,01 (**) e p < 0,001 (***). A redução do edema, quando comparada ao grupo controle, observada no grupo que recebeu o OECS foi de 19,77% após 30'da aplicação do veneno, 29,66% após 1h e 27,34% após 2h. Para o grupo OM foi de 57,56% (**) após 30', 32,24% (*) após 1h e 30,93% na 2a hora. No grupo OV foi de 40,12% (*) após 30', 20,69% após 1h e 24,46 após 2h; e no grupo OC de 36,05% (*) após 30', 16,55 após 1h e 10,79% após 2h. Para os grupos tratados com as drogas controle positivo, a inibição do edema não foi estatisticamente significativa. A partir destes resultados pode-se sugerir que o tratamento com o óleo de C. sylvestris reduziu a formação do processo inflamatório na pata dos animais e que os componentes terpênicos do óleo atua em receptores histaminérgicos, devido a sua associação à ciproeptadina não ter modificado a ação do mesmo.

Palavras-chaves: 1) OECS - óleo essencial de Casearia sylvestris 2) Edema de pata de rato 3) Veneno de Bothrops alternatus

¹ Laboratório de Fitofármacos - Faculdade de Farmácia - UNIFENAS, Alfenas, MG
² Laboratório de Microbiologia - Departamento de Biologia - UNIFENAS, Alfenas, MG

Fonte Financiadora: PIBIC/CNPq, FAPEMIG e Unifenas