Sônia Boczar, Nivalda de Lima e João Gabriel durante o debate
Diante da “enxurrada” de informação e contrainformação sobre o momento político vivenciado no país, alunos da UNIFENAS, com o apoio da coordenação dos cursos de Direito e Enfermagem, organizaram o evento “Movimento Política Apartidária – Situação Atual do Brasil”. Dois debatedores expressaram suas opiniões de forma a promover a reflexão dos universitários.
Sob a mediação da Professora Nivalda de Lima, Mestre em Direito Coletivo, os professores João Gabriel Rodrigues e Figueiredo, graduado em Ciências Sociais e mestrando em educação, e Sônia Boczar, mestre em Direito, expuseram suas impressões acerca do tema em debate. Foram cerca de três horas de debate aberto a perguntas dos participantes.
Como professora de Direito Constitucional da UNIFENAS, Sônia defendeu, até aquele momento, a constitucionalidade do impeachment em discussão relacionado à presidente Dilma Rousseff. A docente fez referência a Jean-Jacques Rousseau (filósofo suíço) para afirmar que só existe democracia quando os extremos se aproximam. Disse que não há golpe no processo em curso, mas que teme confrontos nas ruas. Em sua explanação, destacou ainda que houve pontos positivos no início do governo Lula, mas que não se pode fechar os olhos a tamanha corrupção “antes nuca vista”. Atribuiu o fato do atual momento vivido na política brasileira ao que chamou de “princípios morais elásticos”.
João Gabriel trouxe uma visão mais histórica do surgimento da democracia nas cidades Estados da Grécia, não opinou sobre o momento político brasileiro e sim tentou provocar inquietações aos presentes. Discorreu sobre o “bombardeio” de informação da mídia com uma pergunta: “Estão preocupados com o país ou com o poder?”. Segundo o professor da Universidade Federal de Alfenas, discutir apenas a questão do impeachment é pobre, e o que a mídia nos apresenta são discursos de dois ou três partidos na busca da governabilidade. Ao finalizar, afirmou que “se queremos mudança, temos que mudar nosso comportamento”.
No evento houve uma intensa participação do público. Várias perguntas surgiram, e o debate, que começou às 19h, foi encerrado por volta das 22h. Ao concluí-lo, a Profª Nivalda acrescentou que foi um momento importante para expor opiniões diferentes. “O que nos falta hoje é o quê? Educação. Essa seria a nossa conclusão pequena, mas, que se todos refletirem, no fundo, o que falta para nós é a educação cívica, a educação básica, essa vontade de fazer um mundo novo.”
Denise Mayumi Yamada, aluna de Enfermagem, e Paulo Octavio de Oliveira Silvestre, aluno do curso de Educação Física, foram os responsáveis por propor o debate. De acordo com os universitários, a ideia surgiu diante da vasta informação sobre a questão política dos últimos meses. “O objetivo foi sanar dúvidas e sensibilizar os estudantes no sentido de politizá-los mesmo”.