PROGRAMA SAÚDE DA CRIANÇA: INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E EDUCACIONAL DAS AFECÇÕES RESPIRATÓRIAS INFANTIS NOS CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM DIVINÓPOLIS.
Ana Maria de Abreu*; João Paulo Gabriel dos Santos**; Fabrícia M. A. Cunha**
As infecções respiratórias resultam em, aproximadamente, 10 milhões de óbitos anuais de crianças com idade abaixo de 5 anos (GURGEL e FREITAS, 2002; SMITH e BALL, 2004). Os fatores de risco mais comuns são: idade, desnutrição, mães muito jovens com baixa escolaridade e antecedentes de doenças respiratórias. Os fatores socioeconômicos também são considerados determinantes. A fumaça por tabaco, a contaminação do ar e o confinamento também influenciam (CARVALHO, 2000; GOYA e FERRARI, 2005). O propósito deste trabalho foi analisar a condição sociossituacional de crianças com sinais e sintomas de infecções respiratórias e orientar os educadores dos Centros Municipais de Educação Infantil. As investigações epidemiológicas, sobre as doenças respiratórias na infância, ajudam na construção de um melhor diagnóstico e na escolha de intervenções preventivas específicas, principalmente por meio de agentes imunizantes (RICCETTO et al., 2006). Trata-se de um estudo de corte transversal exploratório, desenvolvido no período de junho a novembro de 2009. Foram avaliadas as crianças de 0 a 5 anos que estavam matriculadas nos vinte e seis Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) do município de Divinópolis. Os dados referentes às avaliações realizadas, bem como as respostas do formulário sociocultural, foram submetidos à análise estatística descritiva, utilizando o programa estatístico SPSS versão 13.0. A amostra foi composta por 279 crianças de ambos os sexos. Nos resultados, a análise descritiva dos dados mostrou que 63% das crianças apresentavam algum tipo de infecção respiratória. Das mães, 41% eram fumantes; 65% possuíam ensino fundamental e 35% tinham renda até dois salários mínimos. Uma porcentagem de 50,2% das crianças residiam em ruas de terra, 36% das crianças apresentavam antecedentes familiares de doença respiratória, representando um alto fator de risco para essas crianças desenvolverem problemas respiratórios. Já, 48,4% das crianças apresentaram o nariz escorrendo, 40% nariz entupido e 37,6% respiração bucal. A população estudada foi de crianças com mães de baixa escolaridade, baixa renda familiar, que viviam em ambientes poluídos, apresentavam antecedentes familiares com doença respiratória e eram respiradores bucais. Foi realizado um Curso de Capacitação para educadores Infantis orientando-os quanto aos fatores de risco e cuidados respiratórios.
*Professora da UNIFENAS, Campus de Divinópolis - MG
** Acadêmicos da Unifenas, Campus de Divinópolis - MG