PROJETO ADOLESCER BEM
Adriana Olímpia Barbosa Felipe*; Cláudia Umbelina Baptista Andrade**; Laura Beatriz Bueno Bocoli**; Renata da Silva Ferreira**; Alessandra Domingues da Silva Graciano**; Cibelle Barcelos Filipini**; Elen Carolina Magalhães**; Marcela de Almeida Oliveira**; Barbara de Oliveira Prado**; Nayara Cunha Serafim**; Letícia da Silva**; Luiz Carlos Vitorino da Silva**; Michelle da Silva**.

A adolescência, que literalmente significa “crescer dentro da maturidade”, é geralmente considerada como o processo psicológico, social e maturacional iniciado pelas alterações puberais (WHALEY e WONG, 1999). Donos de um corpo em crescente transformação e regidos por uma mente ávida de novas experiências, eles trilham pelos caminhos da curiosidade e do desejo, ainda incontrolável, alguns com pouco ou nenhum conhecimento da fisiologia do corpo, agora reprodutivo. Apoiados no pensamento mágico “isso não acontecerá comigo” e levado pelo calor do momento, lançam-se nas mais diversas experiências, entre elas o sexo desprotegido (SOUZA, 2002). A realidade nos evidencia que é incomum a presença dos adolescentes no serviço de saúde, o que pode ser justificado pelo fato de que os profissionais de saúde têm pouco preparo para cuidar deste grupo e/ou acreditar que neste período de vida não há alteração do processo saúde doença. Mas é necessário mencionar que os adolescentes são vulneráveis a inúmeros agravos como problemas infecciosos, alterações nutricionais, distúrbios de autoimagem, doenças sexualmente transmissíveis, uso de substâncias psicoativas, gravidez indesejada, entre outros igualmente importantes que requerem uma atenção peculiar e cuidadosa. Portanto, o projeto tem como objetivo realizar atividades de educação frente ao processo do adolescer e ao mesmo tempo realizar a consulta de enfermagem, para detectar alterações físicas e psíquicas neste grupo. O projeto acontece na Escola Tancredo Neves no Município de Alfenas, com os adolescentes inseridos na Cidade-Escola. A metodologia utilizada são oficinas abordando as seguintes temáticas: Transformações corporais do adolescente, Higiene corporal do adolescente, Bullying, Nutrição do adolescente, Relacionamento e sexualidade, Família, As principais patologias que afetam o adolescente, DSTs, Síndrome da adolescência normal, Paternidade e maternidade: um desafio; Drogas e seu comprometimento. Ao mesmo tempo, o adolescente é avaliado através da consulta de enfermagem, sendo realizadas intervenções necessárias. Martins et al. (2000) refere que a saúde do adolescente necessita de um olhar diferenciado por parte dos profissionais de enfermagem e outros profissionais, a fim de assegurar a passagem por esta etapa da vida como riscos biológicos ou emocionais reduzidos, através do cuidado com abordagem técnica segura e humanizada. Mediante a situação retratada, é precípuo referir que educar sexualmente é possibilitar o desenvolvimento normal da criança para que possa se assumir como homem ou mulher, aceitando sua própria sexualidade e convivendo bem com ela (SOUZA, 2002). Portanto, o enfermeiro como educador tem uma importante contribuição na formação e orientação dos adolescentes principalmente em nível de promoção à saúde (CANO; FERRIANI e GOMES, 2000). O trabalho educativo em sexualidade para adolescentes não deve se constituir em transmissão de crenças, valores e preconceitos sexuais ou em imposição de “verdades”. Ao contrário, deve favorecer trocas de dogmatismo, de forma que os adolescentes possam expressar, refletir, discutir, questionar e optar livre e responsavelmente acerca de suas condutas.

*Professora da UNIFENAS, Campus de Alfenas - MG.
**Acadêmicos da UNIFENAS, Campus de Alfenas - MG