PRÓ-ADESÃO
Cruz, S.A.S.*; Botelho, C.A.*; Ferreira, A.G.*; Moura, A.S.**

Após a introdução da TARV (terapia antirretroviral), constituída da associação entre inibidores da transcriptase reversa e inibidores da protease, em 1996, que mostrou eficiência na redução da carga viral plasmática de RNA-HIV-1 a níveis indetectáveis, a AIDS passou a ser considerada uma doença crônica. O Brasil foi um dos primeiros países em desenvolvimento a garantir o acesso universal e gratuito aos medicamentos antirretrovirais através do Sistema Único de Saúde (SUS), o que repercutiu nos pacientes portadores do HIV com prolongamento da sobrevida, melhoria da qualidade de vida, diminuição do número e frequência de internações e redução da incidência de infecções oportunistas e da transmissão vertical. A adesão é fundamental para o sucesso do tratamento, existindo evidências de que mesmo falhas ocasionais podem comprometer os benefícios da TARV. Como consequência de uma baixa adesão, podem ocorrer limitações terapêuticas para o paciente e possibilidade de desenvolvimento e transmissão de cepas multirresistentes. Diante deste contexto, é muito válida uma intervenção nos pacientes portadores de HIV procurando acompanhá-los melhor em seu tratamento, esclarecendo eventuais dúvidas a respeito da doença e da terapia antirretroviral, procurando conscientizá-los da importância da adesão ao tratamento. É importante também aproveitar este momento de encontro com o paciente, para esclarecer a respeito do modo de transmissão, alertando que mesmo durante a terapia é importante a utilização de preservativos para evitar a disseminação da doença e também evitar que o paciente adquira novas cepas. Como objetivo, procura-se aumentar a adesão do paciente HIV positivo à terapia antirretroviral com o apoio da equipe de saúde da família. Como métodos, foi realizada revisão em bases de dados como SCIELO, PUBMED, portal CAPES, bem como na literatura médica que aborda o assunto. Serão utilizados questionários validados de acordo com a nossa realidade, sobre adesão, ansiedade, depressão e qualidade de vida. E as análises estatísticas serão realizadas com programas específicos como Epiinfo. Serão realizadas visitas e discussões dos casos com equipe de saúde da família, incluindo equipe de saúde mental e assistente social. Ações: será realizada identificação e caracterização dos pacientes HIV positivos, residentes em Belo Horizonte, com má adesão a TARV utilizando instrumentos próprios como os questinários. Solicitaremos aos voluntários o preenchimento de autorização para contactarmos e envolvermos a equipe de saúde da família da sua área de abrangência. Iremos contactar a equipe de saúde da família e agendar horário para discutirmos os casos com médico e/ou enfermeiro da equipe. A visita à unidade básica de saúde incluirá sempre o grupo de alunos com o professor responsável para a discussão do caso com o médico e/ou enfermeiro e serão propostas ações para aumentar a adesão. Em situações específicas envolveremos também a equipe de saúde mental e assistente social da unidade. Com isso estreitaremos a relação entre UBS-CEASC, executando um acompanhamento conjunto a partir das discussões de casos e o monitoramento da adesão pela visita/discussão. Concluindo: é muito importante o conhecimento dos fatores que contribuem para a má adesão a TARV na realidade dos pacientes acompanhados no serviço de infectologia do CEASC da UNIFENAS-BH, para que seja possível prepararmos estratégias eficazes à uma melhor adesão. Evitando a má qualidade de vida, o desperdício de recursos financeiro e a frequente alteração de esquemas antirretrovirais.

*Discentes do Curso de Medicina da UNIFENAS-BH, campus Líbano
**Professor do Curso de Medicina da UNIFENAS-BH campus Líbano

 

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