DOUTORES SÓ RISOS NO HOSPITAL JÚLIA KUBITSCHEK
Lúcia Helena Garcia Bernardes Bernardes*; Priscila de Miranda Freitas**; Noelly Rosário Zocrato Medeiros**; Thalita Bachega Delgado**
O projeto Doutores Só Risos, criado por alunos do curso de Medicina da Unifenas-BH, em 2005, no segundo semestre de 2009 iniciou o trabalho de intervenções de cunho lúdico no Hospital Júlia Kubitschek (HJK). Durante as visitas, integrantes do grupo interagem com pacientes, funcionários e acompanhantes, aplicando os conhecimentos adquiridos nas oficinas ofertadas nas capacitações. Este trabalho visa promover a humanização da formação médica; participar da recuperação da saúde de pacientes por meio das práticas lúdicas e compreender como esta ocorre. Os alunos realizam visitas semanais no referido hospital e, após as visitas, registram o vivido por meio de relatórios. A partir destes relatórios, pretendemos descrever e analisar a influência do trabalho na formação humanística dos estudantes. Para isto, usamos a metodologia do sujeito coletivo que nos permite alinhavar os discursos individuais, construindo uma visão geral dos sentimentos vividos pelos estudantes. Mediante a coleta de ideias centrais e palavras chaves em relatórios enviados após as visitas, foi construído o seguinte discurso coletivo: “Sempre dá um friozinho na barriga antes de começar, mas aos poucos ganhamos confiança em nós mesmos. É impressionante: uma roupa e um nariz transformam e alegram, o figurino todo é mágico! Com a presença do doutor palhaço, os que estavam dormindo acordavam, os que estavam tristes estampavam alegria. Interagimos, brincamos, conhecemos pessoas e suas histórias de vida, levamos alegria a todos eles, trazendo alívio e esperança. Uma sensação de poder, com gestos simples ajudar e fazer o bem de alguma maneira, e que maneira divertida! Aprendemos muito e descobrimos o palhaço que vive em nós, nos tornamos melhores amigos, melhores pessoas e socialmente mais preocupados com a humanização na medicina. É maravilhoso. O intuito de trazer alegria através da arte circense é muito gratificante. Após as visitas o cansaço é visível, porém há uma sensação maravilhosa de dever cumprido. Estar inserido no grupo Doutores Só Risos é um privilégio! Pois, através dele pode-se fazer algo a mais por aqueles que estão internados e emocionalmente abatidos. Aprender mais e mais enquanto palhaço, pessoa e acadêmico de medicina, é a nossa recompensa, pois cada história, pessoa e sorriso vai ficar para sempre em nossa memória.” Uma primeira conclusão, que já podemos tirar, é que as visitas contribuem para a formação do médico mais humanizado mais apto a buscar de maneira criativa, a recuperação de seus pacientes.
*Professora do curso de Medicina, UNIFENAS, campus Belo Horizonte – MG
** Estudantes do curso de Medicina, UNIFENAS, campus Belo Horizonte - MG |