INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA FUNCIONÁRIOS COM CEFALEIA CRÔNICA DIÁRIA DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SILVA JR, A.A.; ROCHA, M.C.; RODRIGUES, J.M.; SILVA, D.F.; PINTO, F.B.B.; BRANDÃO, V.K.; SANTOS, M.C.; CAMARGOS, M.C.H.; VISCIANI, V.M.; LEITE, R.C.A.; KATO, Y.N.; SANTOS, C.N.; BUENO, S.C.C.; SILVA, B.P.; CARVALHO, F.L.; OLIVEIRA, M.; LAROCCA, R.P; OLIVEIRA, L.C.; BARBOSA, A.D.; MONGENOT, C.; LUSTOSA F.

A cefaleia é uma condição muito prevalente, por vezes incapacitante, especialmente na população economicamente ativa. Apesar disto, boa parte da comunidade não conhece aspectos envolvidos na cronificação da dor. O objeto deste trabalho é Avaliar a prevalência, frequência e o impacto da cefaleia nos funcionários do Tribunal de Contas de Minas Gerais e promover uma intervenção educativa para os indivíduos identificados com cefaleia crônica diária (CCD). Inicialmente foi feita aplicação de um questionário, por acadêmicos de medicina da UNIFENAS-BH participantes da LINEURO. Foram avaliadas a presença e frequência da cefaleia no ano anterior à pesquisa, bem como o impacto através aplicação do HIT (Headache Impact Test). Na segunda fase, foram realizadas duas oficinas para os trabalhadores identificados com CCD. Nelas um neurologista, especialista em cefaleia, estabeleceu os diagnósticos conforme os critérios da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Após orientações quanto à importância da qualidade do sono e da importância em se evitar o consumo excessivo de analgésicos, houve uma reflexão sobre o estilo de vida e sobre a forma de como eles lidavam com o cotidiano no trabalho. Os participantes receberam um livro específico voltado para pacientes com cefaleia, além de um diário de crises e foram reavaliados em 120 dias, com a aplicação dos mesmos questionários e um teste sobre a compreensão do livro. Obteve-se os seguintes resultados: Havia 1.100 trabalhadores registrados, sendo que 907 participaram da pesquisa (82,4%). A prevalência de cefaleia foi de 73,8%. O impacto foi mínimo ou leve na maioria dos homens e moderado a intenso na maioria das mulheres. A CCD foi detectada em 4,1% dos funcionários (34 mulheres). Ocorreram duas oficinas, com a participação de 27 indivíduos. O diagnóstico mais comum foi migrânea associada à cefaleia por abuso de analgésico. Quinze participantes completaram o acompanhamento, havendo redução da frequência de dor, do consumo de analgésico e melhora do escore do impacto na maioria deles (73,3%). A taxa de acerto do livro foi de 62%. Os resultados corroboram os dados da literatura, quanto à prevalência e impacto da cefaleia e da CCD. O prejuízo na qualidade de vida dos acometidos e do próprio trabalho foram significativos. A taxa de participação foi alta, mas houve queda no acompanhamento longitudinal. Ainda assim, a intervenção educativa mostrou-se e efetiva e pode ser replicada por outras Ligas em diferentes empresas brasileiras.

 

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